É simples explicar por que ele é fundamental: obesidade é uma doença que precisa ser enfrentada para salvar seu coração.
Pense o seguinte: uma pessoa diagnosticada com uma doença séria, que pode se agravar se não é feito nada, que é crônica e, pior, que é capaz de prejudicar seu coração até a morte, deveria procurar um médico, sim ou não? Você sabe a resposta!
O que muita gente não sabe é que a obesidade é, sim, uma doença. Aliás, ela é esta doença descrita acima. E a gente entende o desconhecimento: essa ficha demorou para cair até na comunidade científica. Só em 2013, nos Estados Unidos, a American Medical Association declarou isso. A própria World Obesity Federation só publicou um posicionamento afirmando que obesidade é doença em 2017.¹
Mas tire da cabeça que uma pessoa teria essa condição porque vacilou, fez escolhas ruins, não se comportou direito e outras ideias enganosas desse tipo. Além do sedentarismo e dos hábitos alimentares, uma série de fatores levam ao acúmulo de gordura corporal. Aqui vão só alguns deles: os nossos genes, o metabolismo, a alimentação materna durante a gestação, o ambiente que nem sempre propicia um estilo de vida mais equilibrado e — acredite! — até mesmo a poluição do ar. Não tem obesidade quem quer, mas quem pode, isto é, quem vive cercado por tudo isso.²,³
Não quer dizer que você não possa fazer nada. Ao contrário, você pode melhorar o seu dia a dia e fazer muita coisa para manter o coração esbanjando saúde. Mas, se der, seria bom ter um médico por perto. Até porque... Quer saber?
O excesso de peso costuma ter um efeito cascata, mesmo que hoje você esteja bem.4 Com o tempo, ele é capaz de levar a outras doenças que o médico poderá flagrar e tratar.⁵ O diabetes tipo 2, por exemplo. O acúmulo de gordura no corpo, especialmente na região abdominal, é uma das principais causas e esse diabetes, por sua vez, deixa a saúde do coração no prejuízo.⁶⁻⁸
O médico também poderá medir a sua pressão arterial. Ora, é sempre bom se precaver. Afinal, nem todo mundo com a “medida do abraço” acima dos valores saudáveis — até 102 centímetros para homens e até 88 centímetros para mulheres — tem hipertensão. Mas é fato que o aumento da circunferência circunferência abdominal gera um risco maior de a pressão subir. Então, não custa ficar de olho nisso.⁹,¹⁰
O ideal, ainda, será checar as taxas de colesterol e de outras substâncias que aumentam a ameaça de infarto. Isso porque a inflamação causada pela gordura estocada no abdômen é capaz de dispará-los.¹¹,¹²
Outro problema que merece cuidado: a apneia do sono. Ela é frequente quando a “medida do abraço” está avolumada e (mais esta!) também faz o coração penar.¹³,¹⁴
Diga-se que cuidar do coração, por si só, já é razão de sobra para procurar o médico. Mas acredite: quem tem a “medida do abraço” com valores muito aumentados também deveria ser examinado para ver se não há pedras na vesícula, avaliar o eventual desgaste das articulações e afastar uma série de outras encrencas associadas ao excesso de gordura no corpo.¹⁵,¹⁶ Infelizmente, a obesidade aumenta até mesmo o risco de alguns tipos de câncer, deixando clara a necessidade de manter um bom check-up em dia.¹⁷,¹⁸
Além do médico, outros profissionais de saúde podem estar envolvidos no cuidado com a obesidade, como o nutricionista, o educador físico e, algumas vezes, psicólogo, se você sentir necessidade.¹⁹ Aqui, neste site, você encontra conteúdos complementares explicando como esses outros profissionais podem ajudar. O importante é começar a se cuidar e ninguém melhor do que você para fazer isso.
Ele é um um aliado para quem quer perder peso e manter a saúde do coração.
Ele garante que o seu treino trará resultados e muita saúde.
As terapias comportamentais podem ajudar na jornada para diminuir a “medida do abraço”.
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4. Caleyachetty R, Thomas GN, Toulis KA, Mohammed N, Gokhale KM, Balachandran K, Nirantharakumar K. Metabolically Healthy Obese and Incident Cardiovascular Disease Events Among 3.5 Million Men and Women. J Am Coll Cardiol. 2017 Sep 19;70(12):1429-1437.
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Esta imagem possui modelos e não pacientes reais. Para uso educacional apenas. Converse com seu médico para aconselhamento.